DIY: fazendo colares e pulseiras para usar com lolita!

by - 19:37

Há alguns dias eu abri uma caixa de sugestões no Instagram para que mandassem ideias de posts aqui para o blog! Eu normalmente não faço esse tipo de coisa, mas decidi tentar pela celebração dos 10 anos do Gota de Baunilhas! <3 

A @Sylstarry sugeriu, então, um post que falasse sobre como faço minhas próprias bijus! <3 Muito obrigada pela sugestão!

 Talvez você não saiba, mas quase todos os os colares, pulseiras, acessórios de cabelo etc. que uso sou eu mesma quem faço. Tem um e outro que estão além de minhas habilidades, então acabo comprando. Mas a absoluta maioria é feita em casa reciclando peças de colares de lojinha de importado ou desfazendo terços e itens de brechó.

Todas as peças acima, por exemplo, foram feitas no final do ano passado!

 Para hoje, então, vou falar um pouco sobre esse processo e ensinar como faço! Mas espero que tenha em mente que não sou profissional nem nada: faço 100% por hobby (e porque é muito bom pra descansar a cabeça!).

 

Tipos de materiais para fazer sua biju

Existem infinitas alternativas de materiais para quem pretende fazer os próprios acessórios. Tem gente que corta estampa de tecido para fazer pingente, tem gente que usa semente de fruta para entalhar e conseguir peças únicas, tem gente (como eu) que gosta de desmontar peças que já existem e recriar as próprias, e por aí vai. 

Eu tenho dois tipos de acessório que gosto de fazer: os de elástico, como na imagem abaixo, e os de pecinhas metalizadas (como os colares da primeira foto).

 

Os acessórios de elástico são bem direto ao ponto: você compra um elástico próprio para bijuteria, passa as continhas nele e amarra ao final. Quando criança eu fazia várias dessas para vender, haha! Foi assim que juntei dinheiro para comprar meu primeiro disquete com a ROM de Pokémon e emular no PC! Hahahaha!

Os acessórios de pecinha de metal são esses abaixo. Eu, particularmente, acho que esses ficam com um acabamento melhor. Mas cada acessório tem sua hora e lugar: os de elástico são ótimos para looks mais casuais e para "empilhar" pulseiras, haha!

 

Como dá para ver, eu não faço muita firula: geralmente tenho uma cor e tema principais, e então faço algo do tamanho do meu pulso em uma ou duas linhas de contas intercaladas.

A peça mais diferente desse padrão que tenho é essa pulseira que fiz para usar com o Archangel OP da Moitié. Para esse eu fiz pingentes com a mesma estampa do vestido e usei duas linhas de continhas.

Hoje vou mostrar como faço os acessórios de pecinha e explicar o processo de design até a finalização. Espero que seja útil!


Fazendo a própria peça

O primeiro passo é ter uma referência. Se essa é a primeira vez que está fazendo um acessório, é natural que não tenhamos muitas referências em nossa mente. Daí, buscar algo na estética que gosta e estudar a construção da peça é essencial.

Isso não significa que você deve copiar a peça. Nada disso! Você vai escolher algo que gosta e tentar entender porque você gosta daquilo. É a partir desse porquê que você fará sua própria peça.

Comecemos então com uma referência que escolhi. Abri a aba de acessório da Atelier Pierrot e meus olhos foram imediatamente capturados por esse colar da Sheglit!

Mas... por que esse colar? Acho que a primeira coisa que me chamou a atenção nele foi a borboleta azul no pingente. Achei muito bonito como ela tem uma sensação de profundidade! O contraste entre o dourado e o azul é bem legal também, mas, para meu guarda-roupa, não serviria.

A corrente do colar não é muito complexa, mas adorei como nenhuma pedra repete ao longo da correntinha! São várias pedrinhas em diferentes tons de azul que vão aumentando de tamanho à medida que se distanciam do pingente. Acho que essa escolha deve deixar a peça mais delicada à medida que desce do pescoço em direção ao peito (onde geralmente é mais cheio de informação por conta das rendas ou detalhes do vestido que geralmente usamos). 

A simplicidade geral da peça também me interessa bastante. Gosto de colares que sejam fáceis de usar com diferentes propostas de coords e, inclusive, com minhas roupas de dia-a-dia! <3

Assim sendo, já tenho as informações que guiarão o design do meu colar: um pingente chamativo, pedrinhas que não se repetem, simplicidade, duas cores gerais!

Abri minha caixinha de pedras e, como não ia comprar nada novo, escolhi o que já tinha aqui que cumpriria essa proposta.


Como dá para ver, nenhuma das bolinhas é exatamente igual: as que tem mesma cor não tem o mesmo tamanho, e as que tem o mesmo tamanho não têm o mesmo material. Tenho até dois tamanhos diferentes de rosas!

Rosas + cruzes = meu guarda-roupa todinho! Perfeito! Achei então um pingente de freira (Santa Clara) super antigo que tinha por aqui (comprei ele em 2015 e ficou guardado desde então!) e decidi que seria ele a minha borboleta. Preferiria que ele não estivesse tão amarelado, mas é a vida e no futuro, talvez, eu troque.

 Separei então as peças mais importantes para além das continhas: aros (as argolas pequeninas) e esse "alfinete" (chama-se contra pino) com uma cabeça que faz curvinha. São essas duas peças que amarram todo o acessório! Elas são super fáceis de encontrar em lojinhas de montagem de biju, e custam uns 2 reais o pacotinho com quantidade o suficiente pra uns 10 colares desse que vou fazer hoje. 

Eu geralmente compro minhas peças na Galeria do Ouvidor e nas lojas ao redor! Tem vários lugares ali na região que vendem pecinhas únicas (aka achados dos anos 90 que nunca foram vendidos hahaha).

Além das pecinhas, é importante ter também as ferramentas certas para o trabalho. Eu uso essas três: um alicate redondo de enrolar pinos, um alicate curto de corte e um alicate de bico de jacaré. Esses 3 são o mínimo que você precisa para fazer essas peças, e o kit costuma custar de 20 a 30 reais em lojinhas do centro.

 

Bem, pecinhas e ferramentas separadas, é hora de testar o layout da peça. 

 

Usando o colar da Sheglit de referência, tentei montar uma sequência de continhas que fosse crescendo de baixo para cima e sem repetir a mesma bolinha duas vezes na mesma linha. Montei tudo no papel e fui experimentando até encontrar o desenho ideal (que foi esse da foto!). 

Desenho decidido, é hora de colocar as ferramentas em uso! O objetivo aqui é usar os contra pinos para segurar as miçangas e os elos para juntar os contra pinos amiçangados e formar uma corrente! Veja a foto abaixo:

 

Para montar essa corrente, eu faço o seguinte:

Primeiro, escolho a miçanga e passo o contra pino dentro dela. Usando o olhômetro, eu corto a pontinha dele até ficar do tamanho ideal para eu curvá-la usando o alicate de ponta redonda.

 

Depois de dobrada, a pecinha fica assim:

E então abro um dos aros e passo no buraquinho do contra pino. 

E então você precisa fazer isso com todas as continhas. Eu acho essa parte uma das mais relaxantes! Gosto de sentar confortável e me desligar enquanto abro e fecho esses aros minúsculos hahahaha
 
À medida que chego no final da corrente, eu gosto de colocar então um pedaço de corrente para completar o que falta do colar. Claro que dá para fazer a sequência inteira com as miçangas, mas eu acho que é desperdício, já que boa parte das peças acima da clavícula (em mim) fica escondida pela gola da blouse ou por meu cabelo lol

Então, para finalizar, pego aros, tiras de corrente, um fecho lagosta (esse que você aperta uma alavanca e ele abre!) e, se necessário, um extensor.

Como meu extensor não combinava com a correntinha que estava usando, eu fiz meu próprio extensor usando corrente e uma miçanga na ponta. Ficou assim:

 

Juntando tudo e colando strass no pingente, aqui está o resultado final!

Eu gostei bastante, e acho que o amarelado, no final, deu um charme extra pra peça! hehe~

Esse é o jeito mais direto e simples de fazer colares. E, claro, tem como complicar um pouco usando exatamente a mesma técnica:

 

Você pode aproveitar cada aro para fazer mais penduricalhos, fazer decorações com as argolas, usar pedrinhas como entremeio para as miçangas etc. O espaço do contra pino e sua imaginação são o limite!

Para essa peça em particular, eu usei um terço antigo que tinha em casa:

 

Desmontei o coitado (que tem o azul perfeito pra usar com o Alchemy!)  e fiz o mesmo processo que expliquei antes:

 


Veja essa outra peça. Foi o mesmo processo:


 
O que manda, no final, é ter as pecinhas certas para o que está imaginando. Tentei também fazer um colar com menos cara de rosário e escolhi começar por um pingente de cinnamonroll que tinha por aqui!

 

Selecionei algumas pecinhas (infelizmente não tinha nada mais engraçadinho. Minhas pedrinhas são todas ou góticas ou mais clássicas...), troquei o pino do Cinna para um pino dourado, e fiz uma corrente usando pérolas e rosas.

 

E o resultado foi esse da imagem abaixo! Pode notar que dessa vez eu coloquei uma correntinha, interrompi ela para colocar uma pérola atravessada por um contra pino, e então continuei a corrente até o final. Acho que deu um charminho pra peça ao mesmo tempo em que ganhei espaço para economizar minhas pedrinhas uahuhahua


E é isso!
Sabendo esse básico fica bem mais fácil pular para técnicas mais complexas de montagem de bijuterias. Eu realmente fico no mais simples (que é o que acho divertido), mas com prática você logo pode experimentar com seu próprio estilo e diversificar no material e na técnica.

Espero que compartilhar meu processo tenha sido de alguma ajuda! E obrigada novamente pela sugestão, Sylvia! <3 <3

You May Also Like

0 comentários

Não deixe de comentar!