DIY: fazendo colares e pulseiras para usar com lolita!
Há alguns dias eu abri uma caixa de sugestões no Instagram para que mandassem ideias de posts aqui para o blog! Eu normalmente não faço esse tipo de coisa, mas decidi tentar pela celebração dos 10 anos do Gota de Baunilhas! <3
A @Sylstarry sugeriu, então, um post que falasse sobre como faço minhas próprias bijus! <3 Muito obrigada pela sugestão!
Talvez você não saiba, mas quase todos os os colares, pulseiras, acessórios de cabelo etc. que uso sou eu mesma quem faço. Tem um e outro que estão além de minhas habilidades, então acabo comprando. Mas a absoluta maioria é feita em casa reciclando peças de colares de lojinha de importado ou desfazendo terços e itens de brechó.
Todas as peças acima, por exemplo, foram feitas no final do ano passado!
Para hoje, então, vou falar um pouco sobre esse processo e ensinar como faço! Mas espero que tenha em mente que não sou profissional nem nada: faço 100% por hobby (e porque é muito bom pra descansar a cabeça!).
Tipos de materiais para fazer sua biju
Os acessórios de elástico são bem direto ao ponto: você compra um elástico próprio para bijuteria, passa as continhas nele e amarra ao final. Quando criança eu fazia várias dessas para vender, haha! Foi assim que juntei dinheiro para comprar meu primeiro disquete com a ROM de Pokémon e emular no PC! Hahahaha!
Os acessórios de pecinha de metal são esses abaixo. Eu, particularmente, acho que esses ficam com um acabamento melhor. Mas cada acessório tem sua hora e lugar: os de elástico são ótimos para looks mais casuais e para "empilhar" pulseiras, haha!
Como dá para ver, eu não faço muita firula: geralmente tenho uma cor e tema principais, e então faço algo do tamanho do meu pulso em uma ou duas linhas de contas intercaladas.
A peça mais diferente desse padrão que tenho é essa pulseira que fiz para usar com o Archangel OP da Moitié. Para esse eu fiz pingentes com a mesma estampa do vestido e usei duas linhas de continhas.
Hoje vou mostrar como faço os acessórios de pecinha e explicar o processo de design até a finalização. Espero que seja útil!
Fazendo a própria peça
O primeiro passo é ter uma referência. Se essa é a primeira vez que está fazendo um acessório, é natural que não tenhamos muitas referências em nossa mente. Daí, buscar algo na estética que gosta e estudar a construção da peça é essencial.
Isso não significa que você deve copiar a peça. Nada disso! Você vai escolher algo que gosta e tentar entender porque você gosta daquilo. É a partir desse porquê que você fará sua própria peça.
Comecemos então com uma referência que escolhi. Abri a aba de acessório da Atelier Pierrot e meus olhos foram imediatamente capturados por esse colar da Sheglit!
Mas... por que esse colar? Acho que a primeira coisa que me chamou a atenção nele foi a borboleta azul no pingente. Achei muito bonito como ela tem uma sensação de profundidade! O contraste entre o dourado e o azul é bem legal também, mas, para meu guarda-roupa, não serviria.
A corrente do colar não é muito complexa, mas adorei como nenhuma pedra repete ao longo da correntinha! São várias pedrinhas em diferentes tons de azul que vão aumentando de tamanho à medida que se distanciam do pingente. Acho que essa escolha deve deixar a peça mais delicada à medida que desce do pescoço em direção ao peito (onde geralmente é mais cheio de informação por conta das rendas ou detalhes do vestido que geralmente usamos).
A simplicidade geral da peça também me interessa bastante. Gosto de colares que sejam fáceis de usar com diferentes propostas de coords e, inclusive, com minhas roupas de dia-a-dia! <3
Assim sendo, já tenho as informações que guiarão o design do meu colar: um pingente chamativo, pedrinhas que não se repetem, simplicidade, duas cores gerais!
Abri minha caixinha de pedras e, como não ia comprar nada novo, escolhi o que já tinha aqui que cumpriria essa proposta.
Como dá para ver, nenhuma das bolinhas é exatamente igual: as que tem mesma cor não tem o mesmo tamanho, e as que tem o mesmo tamanho não têm o mesmo material. Tenho até dois tamanhos diferentes de rosas!
Rosas + cruzes = meu guarda-roupa todinho! Perfeito! Achei então um pingente de freira (Santa Clara) super antigo que tinha por aqui (comprei ele em 2015 e ficou guardado desde então!) e decidi que seria ele a minha borboleta. Preferiria que ele não estivesse tão amarelado, mas é a vida e no futuro, talvez, eu troque.
Separei então as peças mais importantes para além das continhas: aros (as argolas pequeninas) e esse "alfinete" (chama-se contra pino) com uma cabeça que faz curvinha. São essas duas peças que amarram todo o acessório! Elas são super fáceis de encontrar em lojinhas de montagem de biju, e custam uns 2 reais o pacotinho com quantidade o suficiente pra uns 10 colares desse que vou fazer hoje.
Eu geralmente compro minhas peças na Galeria do Ouvidor e nas lojas ao redor! Tem vários lugares ali na região que vendem pecinhas únicas (aka achados dos anos 90 que nunca foram vendidos hahaha).
Além das pecinhas, é importante ter também as ferramentas certas para o trabalho. Eu uso essas três: um alicate redondo de enrolar pinos, um alicate curto de corte e um alicate de bico de jacaré. Esses 3 são o mínimo que você precisa para fazer essas peças, e o kit costuma custar de 20 a 30 reais em lojinhas do centro.
Bem, pecinhas e ferramentas separadas, é hora de testar o layout da peça.
Usando o colar da Sheglit de referência, tentei montar uma sequência de continhas que fosse crescendo de baixo para cima e sem repetir a mesma bolinha duas vezes na mesma linha. Montei tudo no papel e fui experimentando até encontrar o desenho ideal (que foi esse da foto!).
Desenho decidido, é hora de colocar as ferramentas em uso! O objetivo aqui é usar os contra pinos para segurar as miçangas e os elos para juntar os contra pinos amiçangados e formar uma corrente! Veja a foto abaixo:
Para montar essa corrente, eu faço o seguinte:
Primeiro, escolho a miçanga e passo o contra pino dentro dela. Usando o olhômetro, eu corto a pontinha dele até ficar do tamanho ideal para eu curvá-la usando o alicate de ponta redonda.
Depois de dobrada, a pecinha fica assim:
E então abro um dos aros e passo no buraquinho do contra pino.
Como meu extensor não combinava com a correntinha que estava usando, eu fiz meu próprio extensor usando corrente e uma miçanga na ponta. Ficou assim:
Juntando tudo e colando strass no pingente, aqui está o resultado final!
Eu gostei bastante, e acho que o amarelado, no final, deu um charme extra pra peça! hehe~
Esse é o jeito mais direto e simples de fazer colares. E, claro, tem como complicar um pouco usando exatamente a mesma técnica:
Você pode aproveitar cada aro para fazer mais penduricalhos, fazer decorações com as argolas, usar pedrinhas como entremeio para as miçangas etc. O espaço do contra pino e sua imaginação são o limite!
Para essa peça em particular, eu usei um terço antigo que tinha em casa:
Desmontei o coitado (que tem o azul perfeito pra usar com o Alchemy!) e fiz o mesmo processo que expliquei antes:
Veja essa outra peça. Foi o mesmo processo:
Selecionei algumas pecinhas (infelizmente não tinha nada mais engraçadinho. Minhas pedrinhas são todas ou góticas ou mais clássicas...), troquei o pino do Cinna para um pino dourado, e fiz uma corrente usando pérolas e rosas.
E o resultado foi esse da imagem abaixo! Pode notar que dessa vez eu coloquei uma correntinha, interrompi ela para colocar uma pérola atravessada por um contra pino, e então continuei a corrente até o final. Acho que deu um charminho pra peça ao mesmo tempo em que ganhei espaço para economizar minhas pedrinhas uahuhahua
E é isso!
Sabendo esse básico fica bem mais fácil pular para técnicas mais complexas de montagem de bijuterias. Eu realmente fico no mais simples (que é o que acho divertido), mas com prática você logo pode experimentar com seu próprio estilo e diversificar no material e na técnica.
Espero que compartilhar meu processo tenha sido de alguma ajuda! E obrigada novamente pela sugestão, Sylvia! <3 <3
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