No próximo sábado, 3 de junho, teremos o primeiro Dia Internacional da Lolita de 2017! Essa data, celebrada duas vezes ao ano, não veio do Japão ou de nenhuma grande embaixadora da moda, mas de grupos online lá dos primórdios dos anos 2000.

EUA. 2015. Fonte.

Para celebrar a data, cavei um tanto o submundo Lolita e consegui algumas informações bem legais sobre esse costume! Durante toda a semana postarei algumas traduções de reportagens antigas e conteúdos sobre a moda lolita daquela época em que o old school nem era chamado assim.

Vamos lá!

O que é o International Lolita Day?

Essa é uma data para que lolitas do mundo inteiro se juntem com suas comunidades para celebrar a moda. Não existem eventos específicos para o dia, ficando a cargo de cada grupo decidir a melhor maneira de comemorar. Lolitas que não estão em comunidades também festejam com atividades relacionadas à antiga noção do Lifestyle na moda, como tardes de chá, filmes e livros relacionados à moda e cultura japonesa, bordado, costura, passeios no parque etc.

E quando ele é celebrado?

O ILD, ou Loliday, é celebrado sempre no primeiro sábado de junho e no primeiro sábado de dezembro. Assim Lolitas do mundo inteiro têm a chance de usar peças de verão e inverno para comemorar essa data.

Quando surgiu o Dia Internacional da Lolita?

Então, a ideia surgiu em 2005 na comunidade EGL do Livejournal. A usuária KuroLoki propôs que as lolitas do grupo se juntassem para algumas fotos e depois compartilhassem lá na página.


A ideia inicial era de que todas se reunissem em um domingo próximo do mês de maio, e fez tanto sucesso que a postagem recebeu dezenas de comentários, inclusive a sugestão de que acontecesse duas vezes ao ano:


Depois disso um grupo de e-mails foi criado no Yahoo (na época em que ainda usávamos isso...) e a data mudada para o primeiro sábado em lugar do primeiro domingo.

A intenção de ser no domingo também aconteceu para combinar com os dias em que as pessoas no Japão se vestiam para ir a Harajuku, mas, como para muitas usuárias do grupo o domingo era geralmente um dia para ficar com a família, mudaram para sábado.

Depois disso, a  seguinte descrição foi atualizada no grupo no Yahoo:

O PROPÓSITO DO LOLIDAY É:
1. Educar o mundo a respeito da moda japonesa gótica lolita e lolita;
2. Ter um dia especial para nos vestirmos de lolita;
3. Encontrar outras lolitas na nossa região;
4. manter álbuns de fotografias e recordações da evolução da moda ao redor do mundo.

Portugal. Loliday Dez - 2012. Fonte.

E é isso aí \o/
 Já tem planos para o seu Loliday desse ano? :)

Sorrir ainda é um trem muito estranho pra mim HAUHUA

 No final das contas fez bastante calor depois que desci do metrô, daí acabei ficando sem o cardigã mesmo Orz Uma pena, porque acho que é justamente ele que ajuda a disfarçar a gente um pouco HAUHAUHUA

Durante o dia ouvi alguns comentários positivos sobre meu coord vindo de pessoas aleatórias. Também me perguntaram se estava indo para alguma festa junina hahaha! Algo completamente esperado aqui em Minas nessa época do ano.

Enfim, o tal coord (com o flash estourado):

Rundown: JSK e accessórios: Feitos por mim; Blouse: Bodyline; Cardigan: YSC City; Sapatos: Moleca

Outro dia uma menina me chamou no chat do Facebook para conversar:



Esse é um assunto que me incomoda há algum tempo. Ela não foi a primeira, e provavelmente não será a última a fazer essa imediata associação de que a Moda Lolita é algo fofo, neném, guti-guti, kawaii desu...

O texto de hoje é uma reflexão e um convite para dialogarmos sobre isso. Quando dentro da moda, você se considera kawaii?

A minha resposta eu já deixo bem óbvia desde o começo: A menos que eu esteja propositadamente me vestindo dentro do sub-estilo sweet, não.

Não só isso, a expressão geralmente vem acompanhada de uma sensação (pessoal) de que falhei ao tentar parecer madura ou elegante (que é o que geralmente tento quando estou de Classical ou Goth...).

Mas, discutamos sobre o assunto!
Para começar, peguei a definição do termo nos primeiros resultados do Google:

"A palavra japonesa Kawaii (可愛い ou かわいい) significa algo fofo, bonito e coisas do tipo. Esta ligado a doçura, a bondade kawaii é um conceito estético que teve início nos anos 70, com o crescimento da economia japonesa e a comercialização de produtos relacionados à mascotes e personagens de animes e mangas. A grande representante do boom kawaii é a personagem Hello Kitty. "

Via Kawaii Amino

Kawaii (かわいい?, [kaw͍aiꜜi], "lovable", "cute", or "adorable") is the quality of cuteness in the context of Japanese culture. It has become a prominent aspect of Japanese popular culture, entertainment, clothing, food, toys, personal appearance, behavior, and mannerisms.

Via Wikipedia

E aí, os primeiros resultados para a busca "Kawaii Culture" no Google imagens:


Para mim, sempre foi bastante claro que o termo Kawaii se aplicaria a coisas beeem fofinhas mesmo, tipo Fairy Kei, Decora e outros estilos que fazem bom uso de rosa, amarelo e tons pastéis com temas gracinha.

Já falando sobre lolita, acho que a expressão da fofura fica bastante evidente se considerarmos o estilo sweet:

Foto: GuroLoli

Mas em se tratando de outros espectros como o Classical, Punk e o Gothic, essa noção estética japonesa do Kawaii já fica bem mais distante (principalmente se tivermos como referência que 'fofo' é aquilo ali que apareceu na pesquisa do Google).

Foto por Wakeshima

Daí eu fico me perguntando de onde vem essa imediata associação.

Um dos fatores que imagino contribuir é que Sweet Lolitas costumam ser  bem mais numerosas dentro de uma comunidade, além, é claro, de animes e mangás retratarem suas "lolitas" geralmente em roupas fofinhas a là idol. 



Não só isso, as duas lojas mais populares do meio (Angelic Pretty e Baby The Stars Shine Bright) produzem peças principalmente voltadas para esse sub-estilo, o que acaba influenciando também na acessibilidade dentro da moda.

E, como não poderíamos esquecer, a moda lolita É uma moda de rua JAPONESA, haha.

Mas bem, para mim, uma coisa é fato: dizer que "lolitas se vestem assim para ficarem fofinhas" é uma das maiores inverdades desse meio.

Cada pessoa veste por um motivo, e suponho que apenas uma pequena parcela se vista da moda para ficar "kawaii". 

Existem fatores demais (incluindo auto estima, conforto consigo mesma, modéstia, elegância e maturidade, apreciação de estilos, tribo urbana, apreço pela costura e cultura etc.) para reduzirmos todo mundo que usa a moda à Kawaiizice nossa de cada dia.

Sei do impacto da cultura kawaii em cima disso tudo, mas entendo que são coisas bem separadas quando tratamos da moda lolita como um todo.

Estranho um tanto quando alguém usa esse termo em substituição para se referir à moda Lolita, e tenho sempre a impressão de que é um resquício da influência da cultura Otaku em cima da gente. 

Eu prefiro evitar o termo quando me referindo a outras pessoas que usam a moda, mas, no final das contas (como praticamente tudo nessa vida...) fica a seu gosto :)

Dentre as opções, acabei decidindo experimentar as da MeLikesTea depois de ler alguns reviews em blogs que eu acompanhava.

Esse tipo de coisa eu só costumo comprar depois de ver bastante foto e review em blogs, e tava dividida entre uma da Aurora e Ariel e essas daí da MLT.

Dei bastante sorte porque, bem na época que decidi olhar, essa loja fez uma promoção para pronta entrega de anáguas em cupcake e o preço tava saindo mais em conta do que a da AA.

Em resumo: peguei uma  PT03H com três camadas na cor rosa. (que era mais barata que a branca).


O processo de compra foi bem rapidinho. Não cheguei a usar o sistema do site, já que toda a transação foi feita pelo Facebook, mas cinco dias depois da confirmação do pagamento eu recebi a anágua aqui em casa. 10/10 pra comunicação!

Primeiro teste em uma saia de peso médio.

Tem até etiqueta bordada :O

Para entender melhor o poof, aqui vão dois coords em que usei essa mesma anágua:

Claro que dali tive de fazer uma série de adaptações:

• Os painéis laterais - frontais eram redondos demais para meu corpo, e daí tive de deixar tudo reto.
• A cintura era alta demais para classical, e por isso tive de adicionar 5 cm extras na base de cada peça.
• A cintura também ficava muito larga em mim, e tive de tirar 1cm de cada peça na lateral.
• A saia era longa também, e essa medida louca deles para preguear não ficou bonita, e acabei fazendo a minha própria em vez de usar a da revista.

Corte do painel de shirring

Costurei todas as peças juntas e então cortei o forro idêntico e costurei.  Na revista eles sugerem só meio forro, mas decidi fazer inteiriço por razões estéticas (e porque fica mais confortável).



Nessa parte eu também ignorei o conselho da revista e fiz do jeito que acho mais confortável pra mim (e pra minha preguiça).


Então, hora da saia:


Como disse, o método deles de fazer as pregas me pareceu bem estranho, então adaptei para o meu jeito de fazer e defini de 5 em 5cm. Ou seja, cada prega tem 5cm para fora e 2,5cm internos para cada lado



Depois de pronta foi só passar, pregar a rendinha na base, fazer um forro, prender com o corpo, fazer o acabamento todo no overloque e... pronto!



Prontcho \o/ Aeee! Queria um cardigã da IW para acompanhar (aquele Millefleur), mas o dólar subiu exponencialmente nessa semana, me impedindo de fazer qualquer compra até que volte pros R$3.00 uhahuahua


Fiquei bastante feliz com o resultado, apesar de ter tido de mudar quase tudo no molde da revista no final das contas uhahuauha Ele é bom pra ter uma base, mas pra seguir exatíssimo acho quase impossível.

Espero que gostem <3 (e eu espero usar logo!)

 

Fonte

Réplica é um assunto que costuma gerar bastante discussão nos grupos e comunidades Lolita, independente do país ou região em que você vive.

Aqui no Brasil, porém, temos um histórico considerável de uso de produtos replicados ou falsificados, principalmente se levarmos em conta a indústria tecnológica e de entretenimento (inclusive, recomendo o mini documentário 'Paralelos', que comenta sobre o impacto da pirataria de games para o mercado no Brasil), o que, de certa forma, normaliza esse comportamento em praticamente em todos os grupos (ou você acha que nos grupos de BJD, motocicletas, reenactment etc. esse tipo de coisa também não aparece?)

O assunto de réplicas sempre vai e volta dentro da moda, e em alguns vários sentidos dirá respeito à sua escolha pessoal e à maneira como você lida com os seus hábitos de consumo.

Fonte: http://everydayfrills.tumblr.com

No texto de hoje eu vou tentar adotar um perfil mais informativo e menos opinativo (mesmo que esse aqui seja o meu blog, hahua!), e sinta-se livre para comentar ou argumentar (com educação) a respeito :) Se quiser me chamar para conversar sobre o assunto, meu inbox (mesmo que demorado) está sempre aberto \o/

Tipos de réplica na Moda Lolita

Vamos começar pelo básico então. O que é uma Réplica? Na moda Lolita não basta dizer que é a falsificação de um produto, já que nessa questão entram vários pormenores sobre design, direito autoral e arte. Vamos separar então por duas categorias principais:

• Réplicas de Prints;
• Réplicas de Modelo;

Para além dessas duas, há quem considere (raríssimas pessoas, sério) os vestidos feitos como "inspiração" em outros também um problema. Não é o meu caso, e não entrarei nessa questão porque realmente não tenho argumentos sobre isso, mas fica um exemplo do que as pessoas costumam considerar um "Knock-off":

(Particularmente, o da Infanta (direita) é bem mais bonito ahuauhahuhua)

Decidi dividir as duas possibilidades de réplica (print e modelo) porque ambas recebem um tratamento bem diferente dentro da moda lolita.

Uma Réplica de Print acontece quando alguém rouba a arte de outro artista para colocar no vestido sem pedir a sua autorização ou pagar os direitos autorais que recaem sobre aquela arte. No Brasil, e em vários países ao redor do mundo, isso é um crime previsto em lei.

Uma Réplica de Modelo é quando alguém decide copiar algum modelo diferenciado de vestido, saia, bolsa etc. e fazer idêntico ao original, muitas vezes, inclusive, colocando o logo da empresa criadora no produto para "disfaçar".  Nessa situação não existe a cópia de uma arte registrada, mas apenas a do design do produto.

Para essa segunda categoria as coisas costumam ser menos preto e branco como acontece na réplica de print. A réplica de modelo passa por questões sutis que envolvem intenção, tentativa de se passar pela marca original e, claro, o quão diferente é aquele modelo para você querer copiar.

Alguns casos extremos são como o abaixo:


O da esquerda é uma réplica do modelo do Antoinnete Fleur da Mary Magdalene, e isso está claro não apenas por conta do design que é completamente idêntico, mas porque a própria loja vendia com o nome de "Réplica do Antoinette" ahuhauha

O objetivo deles era copiar o modelo, era fazer algo idêntico e era comercializar uma peça igual à que já existia (com a liberdade do tecido diferente).

Mas agora, veja casos como esse:

Por que algumas pessoas compram réplica?

São infinitos fatores que podem levar uma pessoa a comprar réplica, mas os mais conhecidos são:

• A marca não faz o meu tamanho;
• O preço do original é muito caro;
• Não vejo diferença entre réplica e original;
• Não sinto que réplicas são roubo de propriedade intelectual;
• Impostos e taxas de importação no Brasil são muito altas;
• Pela falsa noção de que, para estar na Moda Lolita você precisa ter Brand Japonesa;
• Quero AQUELE vestido AGORA;
• Quero uma réplica para usar enquanto o meu original não chega.

 

Qual a diferença da Réplica para a original?

Falando agora especificamente sobre Réplicas de Print, é mais do que natural que o produto falsificado não venha exatamente como o original (por uma série de motivos, ou o Mp3 falsificado vem idêntico ao original, com garantia e tudo? huahua), mas algo MUITO comum de acontecer com réplicas é o fato do caimento não ser tão bom quanto o original.

 

• Não tem a mesma qualidade do original;
• O preço de venda e revenda é infinitamente menor (sua peça desvaloriza);
• A durabilidade é, muitas vezes, consideravelmente inferior;
• A arte é roubada do artista original;
• Impressão em qualidade inferior;
• Cores destoam do original;
• Não existe segurança de que o produto virá idêntico ao do anúncio.

"Ah, mas eu conheço essa réplica aqui que é melhor que a original"

 

Quais as alternativas para quem não quer comprar Réplica?

"Ok, decidi que não quero usar réplicas. Como faço então se ________? "

Acho que o ponto mais importante das pessoas discutirem (e que geralmente não é comentado) é que para estar dentro da moda Lolita você NÃO PRECISA USAR ROUPAS DE MARCA JAPONESA. Nem de marca nenhuma, se essa for a sua opção.

As regras para a moda são várias (prometo que um dia faço um post a respeito), mas nenhuma delas, mesmo quando listadas na Gótica Lolita Bible, inclui a necessidade de você se montar de Angelic Pretty ou Moi Meme da cabeça aos pés.

Muito pelo contrário, muitas revistas trazem moldes consigo para que você possa fazer suas próprias peças se preciso.

Nessa foto estou 100% de peças feitas por mim, com sapatos da Unicorn Holic, uma marca Brasileira.

Ou seja, se marca X não faz o seu tamanho (acontece comigo também...), você tem a opção de comprar de outras marcas, de fazer você mesma suas roupas (apoio demais!) ou, quem sabe, de comprar de marcas nacionais que façam sob encomenda (aqui no Brasil tem um zilhão de marcas e lojas, basta caçar no Facebook!).

Você pode comprar de marcas chinesas e coreanas, pode comprar de marcas mexicanas, pode comprar da sua vizinha que esta costurando agora, pode achar alguma coisa em uma loja de departamento (aqui em BH tem uma moça na minha comunidade que achou um JSK maravilhoso na Renner!)

Sobre o preço, são poucas (existem?) as pessoas que podem ficar comprando roupa de marca japonesa toda semana.

Se você QUER aquele vestido por tudo que é mais sagrado, e PRECISA dele se não sua vida nunca mais será a mesma, você pode, por exemplo, juntar dinheiro! \o/

Faça uma poupancinha Dream Dress e vá juntando dinheiro até que você tenha o suficiente para pagar aquilo que você tanto deseja.

Se você QUER um vestido de marca japonesa, sempre tem o mercado de segunda mão, com uma infinidade de modelos em preços bem mais acessíveis do que se comprados diretamente das lojas:

Todos da Angelic Pretty!

Por mais legal e divertido que seja, Lolita ainda é um hobby (com a exceção das lifestylers...) e não pode te descabelar nem te deixar endividada. Compre com consciência, e considere o que vale mais na hora de montar o seu guarda roupa. Se você valoriza qualidade acima de quantidade, economizar um pouco mais para comprar o que você realmente quer pode valer muito mais a pena do que gastar o mesmo valor em uma série de pecinhas que não vão satisfazer sua vontade.

 

Não gosto de Réplicas, e aí?

 E aí é só você buscar as outras alternativas para quem não quer comprar uma Réplica.

Outra maneira de ajudar o Hobby é explicando para as novatas a respeito dessa questão da réplica e sobre o poder de escolha que elas têm na hora de levar o seu primeiro vestido.

A réplica é ainda uma porta de entrada muito mais fácil para as iniciantes no hobby, mas muitas vezes acontece mais por falta de instrução do que por qualquer outro fator.

Se você é contra réplicas, por mais que isso afete os seus valores morais, é importante, porém, respeitar quem faz a decisão contrária. 

Brigar com a pessoa em público, postar e fazer bullying virtual, criticar pelas costas, espalhar fofocas e humilhar não são a alternativa correta.

Primeiro porque isso também configura crime, e segundo porque uma pessoa que usa réplica precisa entender os pormenores dessa escolha, e não ser humilhada por isso.

Converse, explique seu ponto de vista, não divulgue links, evite marcas que comercializam réplicas e mostre alternativas para quem quer entrar na moda, mas, de modo algum, imponha ou force alguém a pensar da mesma maneira que você.

 

Quero comprar Réplica sim, e o que você tem com isso?

Eu e mais ninguém (com exceção da pessoa que teve sua arte roubada e seus pais que ainda são responsáveis por você) temos algo a ver com isso.

É uma questão de escolha, assim como você também pode escolher na hora de comprar uma maquiagem falsificada, um cigarro sem selo de autenticidade ou um celular roubado na esquina, que são bem mais baratos.

Mas é bom ter em mente sobre os impactos que essa ação podem causar no mercado e nas comunidades de maneira geral.  

Dentro do hobby de BJD não é raro vermos pequenas lojas fecharem suas portas por conta de réplica de modelos de bonecas. O mesmo pode se aplicar a lojas de vestidos, afinal de contas, se alguém copia o seu design e o vende a um preço muito mais barato, as chances de seus compradores migrarem para a outra alternativa é grande.
 
Esse tipo de coisa já começou a acontecer com algumas marcas como a chinesa Honey Honey, Angelic Print e Innocent World que já emitiram notas oficiais sobre o impacto do uso de réplicas no seu mercado e como isso afeta a maneira como eles podem continuar produzindo seus vestidos e prints originais.

Anúncio da Innocent World

 

Replicaram uma print minha, o que posso fazer?

 Antes de tudo, o artigo 184 do Código Penal considera crime qualquer violação de direitos autorais com intuito de lucro, podendo garantir multa ou mesmo prisão para o ofensor.

Então se alguém teve o disparate de copiar a sua arte, você pode facilmente entrar com um processo (lembre-se se salvar todas as informações da cópia e as provas de que aquela arte é sua antes de tudo) e reivindicar os seus direitos sobre a sua produção.

Se para o mercado japonês, de alcance mundial, o uso de réplicas é algo que traz algum impacto, imagine então dentro do Brasil, com todos os nossos encargos e já o preconceito que alguns sustentam com as coisas de produção nacional?

Entre em contato com o ofensor e, acima de tudo, proteja a sua produção. Estou certa de que várias pessoas dentro da sua comunidade estarão prontas para oferecer apoio e evitar comprar o material replicado de sua produção.

Por fim, o uso de réplicas é algo que de alcance mundial, e não restrito às nossas comunidade brasileirinhas. A questão ainda gera bastante polêmica e brigas entre membros de um mesmo grupo, ocasionando, inclusive, proibição da presença de pessoas que usam réplicas em eventos e encontros.

A questão por aqui ainda é entendida como parte do espectro pessoal, e isso acaba impedindo que o assunto seja realmente levado à discussão com outros membros da comunidade.

O diálogo, principalmente dentro do nosso hobby, é algo que colabora e proporciona uma comunidade mais agradável para veteranas, novatas ou qualquer uma no meio.

Esteja aberta à conversação com outras pessoas dentro da moda, só assim poderemos construir um ambiente cada vez mais coeso para todas nós :)